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Varíola dos macacos: veja o que se sabe sobre a vacinação

Por Rádio Princesa da Ilha FM 98.3 em 25/07/2022 às 15:56:15

Imunizante já está sendo aplicado nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e países da União Europeia; recomendação da OMS não inclui vacinar todos os públicos. Profissional de saúde prepara dose de vacina contra varíola dos macacos em Montreal, no Canadá, no sábado (23), dia em que a doença foi declarada uma emergência de saúde global pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Graham Hughes/The Canadian Press via AP

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a varíola dos macacos (monkeypox) uma emergência de saúde global no sábado (23).

A doença, causada pelo vírus monkeypox, pertence à mesma família (poxvírus) e gênero (ortopoxvírus) da varíola humana. A varíola humana, no entanto, foi erradicada do mundo em 1980.

Veja, abaixo, o que se sabe sobre a vacinação contra a varíola dos macacos (monkeypox):

Existe vacina contra a varíola dos macacos?

O que ainda não se sabe sobre as vacinas?

A vacina está disponível no Brasil?

Quem deve ser vacinado?

Em que países a vacina já está sendo aplicada?

O que é a varíola dos macacos?

Onde estão os casos identificados no Brasil?

1) Existe vacina contra a varíola dos macacos?

A doença ainda não tem uma vacina específica, mas duas vacinas contra a varíola humana estão sendo usadas contra a varíola dos macacos:

Imvanex/Imvamune/Jynneos

Desenvolvida pelo laboratório dinamarquês Bavarian Nordic, é feita de um vírus vivo, mas que não se replica (multiplica). É uma vacina de terceira geração.

A vacina foi aprovada na semana passada contra a doença na União Europeia, onde já era autorizada contra a varíola humana. Também já tinha aprovação nos Estados Unidos – onde é conhecida como Jynneos – e no Canadá, onde é chamada de Imvamune. Também pode ser referida como MVA-BN.

Geralmente, é aplicada em duas doses antes da exposição ao vírus, com quatro semanas de diferença entre as doses.

No Reino Unido e nos Estados Unidos, também pode ser dada dentro de 4 dias após o contato com alguém infectado, em dose única. A vacina também pode ser aplicada de 5 a 14 dias após o contato, mas, nesses casos, pode apenas ajudar a reduzir os sintomas, e não a evitar a doença, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

Diferente da vacina "ACAM2000" (veja logo abaixo), não há lesão no local da vacina e nem risco de o vírus se espalhar para outras partes do corpo ou outras pessoas.

Quem recebe a vacina só é considerado imunizado duas semanas após a segunda dose. Dados reunidos de estudos em animais na África sugerem que a vacina tem pelo menos 85% de efetividade para proteger contra a varíola dos macacos, segundo o CDC.

Reações adversas incluem reações no local da injeção, como dor, inchaço e vermelhidão. Pessoas com alergia grave a qualquer componente da vacina (gentamicina, ciprofloxacina, proteína do ovo) não devem receber esta vacina.

Nos Estados Unidos, só é aprovada para maiores de 18 anos.

ACAM2000

Fabricada pelo laboratório Sanofi contra a varíola humana, também é aprovada nos Estados Unidos para a varíola dos macacos. É considerada uma vacina de segunda geração.

É uma vacina feita com o vírus "Vaccinia" vivo, que tem capacidade de se replicar. Após a aplicação, uma lesão se desenvolve no local, como na vacina BCG, contra a tuberculose.

É dada em dose única; o indivíduo que recebe a vacina é considerado imunizado dentro de 28 dias.

Não pode ser aplicada em pessoas com alguns problemas de saúde, incluindo: problemas no sistema imunológico congênitos ou adquiridos, pessoas vivendo com HIV (independentemente do estado imunológico), problemas de pele como dermatite atópica ou eczema nem em mulheres grávidas.

Também não deve ser dada a quem tem alergia aos componentes da vacina, doenças cardíacas, doenças nos olhos tratadas com esteroides tópicos ou a crianças com menos de 12 meses.

Reações adversas incluem dor no local da injeção, inchaço e vermelhidão, febre, irritação na pele, inchaço dos linfonodos (gânglios); e complicações da aplicação inadvertida.

2) O que ainda não se sabe sobre as vacinas?

Ainda não existem dados sobre a eficácia da Jynneos (Imvanex/Imvamune) no surto atual de varíola dos macacos. Segundo o CDC, autoridades de saúde pública dos EUA têm preocupações sobre essa falta de dados, principalmente porque a vacina requer duas doses dadas com 28 dias de espaçamento.

Também não há dados, por enquanto, da eficácia da ACAM2000 contra o surto atual de varíola dos macacos.

3) Há vacina disponível no Brasil?

Ainda não. O Ministério da Saúde afirmou, em nota, que "articula com a Organização Mundial da Saúde (OMS) as tratativas para aquisição da vacina monkeypox". A pasta também disse que a OMS "coordena junto ao fabricante, de forma global, ampliar o acesso ao imunizante nos países com casos confirmados da doença".

4) Quem deve ser vacinado?

Turista de Nova York é vacinado contra a monkeypox em uma clínica ao ar livre em Montreal, no Canadá, no sábado (23).

Graham Hughes/The Canadian Press via AP

Em recomendações temporárias divulgadas no sábado (23), a Organização Mundial de Saúde (OMS) orienta que, em países onde há transmissão comunitária da monkeypox (caso do Brasil), as ações para interromper a transmissão devem incluir a vacinação direcionada de pessoas com alto risco de exposição à doença.

Esses grupos incluem: homens gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) e profissionais de saúde lidando com casos suspeitos ou confirmados, além de pessoas que fazem sexo com múltiplos parceiros.

A OMS diz que os riscos e benefícios da vacinação direcionada também devem ser avaliados para grupos vulneráveis, como pessoas imunossuprimidas, crianças e mulheres grávidas.

Além da vacinação, as ações de combate ao vírus também incluem: comunicação de risco direcionada e envolvimento da comunidade, detecção e isolamento de casos, tratamento de suporte e rastreamento de contatos.

5) Em que países a vacina já está sendo aplicada?

Profissional prepara dose da vacina contra a varíola dos macacos (monkeypox) em Rijswijk, na Holanda, nesta segunda-feira (25).

Phil Nijhuis / ANP / AFP

Alguns países já estão vacinando parte de suas populações contra a monkeypox:

Canadá: Autorizou a aplicação da Imvamune em adultos com 18 anos ou mais que tenham alto risco de exposição.

Estados Unidos: Está aplicando a Jynneos em contatos de pessoas infectadas e contatos presumidos – pessoas que sabem que algum parceiro sexual dos últimos 14 dias foi diagnosticado com a varíola dos macacos ou que tiveram vários parceiros sexuais nos últimos 14 dias em locais com casos conhecidos.

União Europeia: As primeiras 5,3 mil doses da Imvanex (como a Jynneos/Imvamune é conhecida na Europa) chegaram ao bloco no fim de junho, na Espanha, onde a imunização já começou. Países como Alemanha, Holanda e Portugal também já iniciaram a vacinação.

Reino Unido: O país está usando a Imvanex para imunizar homens gays, bissexuais e que fazem sexo com homens – desde que tenham múltiplos parceiros sexuais, participem de sexo grupal ou frequentem locais destinados a sexo público (como casas de swing). Funcionários desses locais também podem ser imunizados.

A vacina já era oferecida a profissionais de saúde tratando pacientes com a doença e pessoas de grupos de risco que tiveram contato com infectados.

Na semana passada, o país comprou mais 100 mil doses do imunizante, que devem começar a chegar já neste mês. Por causa do baixo estoque, apenas uma dose está sendo oferecida por enquanto.

6) O que é a varíola dos macacos?

A varíola dos macacos tem sintomas parecidos com os da varíola humana e pode infectar qualquer pessoa que tenha contato físico próximo com alguém infectado ou com roupas ou lençóis da pessoa, independentemente da orientação sexual.

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A doença costuma causar os seguintes sintomas iniciais:

febre

dor de cabeça

dores musculares

dor nas costas

gânglios (linfonodos) inchados

calafrios

exaustão

Dentro de 1 a 3 dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.

As lesões passam por cinco estágios antes de cair, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A doença geralmente dura de 2 a 4 semanas.

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7) Onde estão os casos identificados no Brasil?

O Ministério da Saúde informou, nesta segunda-feira (25), que o Brasil tem 696 casos de monkeypox confirmados. Desses, 506 estão em São Paulo, 102 no Rio de Janeiro e 33 em Minas Gerais.

Outros 14 estão em Goiás, 13 no Distrito Federal e 11 no Paraná. A Bahia, o Rio Grande do Sul e Pernambuco têm 3 casos cada. O Ceará, o Rio Grande do Norte e o Espírito Santo têm 2 casos cada. Mato Grosso do Sul e Santa Catarina têm um caso confirmado cada.

Fonte: G1 SC

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