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Prefeito relembra prisão de Gilberto Gil com maconha em Florianópolis ao anunciar show na cidade

Por Rádio Princesa da Ilha FM 98.3 em 08/03/2023 às 06:08:12

Artista vai se apresentar na Maratona Cultural, evento que faz parte das comemorações dos 350 anos de Florianópolis. Gil foi preso na Capital catarinense em 1976. Prefeito relembra prisão de Gilberto Gil com maconha em Florianópolis

Para anunciar o show de Gilberto Gil em Florianópolis, em 26 de março, o prefeito da Capital, Topázio Neto, publicou um vídeo relembrando o dia em que o artista foi preso com maconha no Centro da cidade, na década de 70, e destacou que "a vida é feita de reencontros" (assista acima).

Um dos maiores ídolos da Música Popular Brasileira, Gil estava em um quarto de hotel da Avenida Hercílio Luz, em 15 de julho de 1976, quando ocorreu a situação.

"O caso gerou muita repercussão na época por causa do uso da maconha, a ponto de cantores promoverem um boicote contra Floripa e não virem mais para cá cantar", relembra.

A apresentação faz parte do cronograma da Maratona Cultural, evento que faz parte das comemorações dos 350 anos de Florianópolis .

"Floripa tem muita história para contar e para comemorar. Seja bem-vindo, Gil, dessa vez, na paz e na festa, como tem que ser", finalizou o prefeito.

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Gilberto Gil no Festival de Verão Salvador

Max Haack/Ag Haack

Relembre

Na época da prisão em Florianópolis, o artista foi levado a julgamento e condenado a um ano de prisão por causa de um cigarro de maconha e outra pequena porção da droga. Além dele, o baterista Chiquinho, da banda, foi detido com maconha.

A legislação não previa a figura do usuário de maconha. Ou a pessoa era considerada traficante ou assumia a condição de viciado. E foi o que Gilberto Gil fez, orientado por um advogado: se declarou como viciado e foi condenado a um ano de prisão.

Gilberto Gil foi condenado a um ano de prisão por porte de maconha em Florianópolis

Divulgação

A pena foi substituída pelo juiz por uma internação em hospital psiquiátrico.

Segundo o professor Felipe Carlos de Oliveira, mestre em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Gil ficou internado 4 dias no Instituto São José Centro de Psiquiatria e Dependência Química, até ser transferido para a Clínica Psiquiátrica Botafogo, onde completou um mês de internação.

"Depois foi liberado, assim como Chiquinho, com a condição de que não abandonasse o tratamento, devendo consultar o médico a cada 10 dias", relembra.

A prisão, conforme o historiador, aconteceu na manhã do dia em que a apresentação estava marcada. "Os músicos foram liberados para fazer o show à noite, conduzidos pela polícia ao local. Depois voltaram à prisão", explica.

A prisão

Assim que chegou a Florianópolis para o show, Gil visitou uma comunidade hippie na Lagoa da Conceição, segundo Felipe Carlos de Oliveira. Ele foi até o local separado dos demais músicos que formavam "Os Doces Bárbaros".

"A visão estigmatizada sobre o movimento hippie fazia as suspeitas do delegado [responsável pela prisão] aumentarem sobre Gil", disse.

Gil, em entrevista para a revista Fatos e Fotos

Revista Fatos e Fotos

Além disso, segundo Oliveira, o responsável pela prisão era Elói Gonçalves de Azevedo, titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes. "O delegado era conhecido como o 'terror dos maconheiros', e ele se gabava disso", conta.

Já falecido, o investigador tomava como referência para suas suspeitas sobre Gil e os Doces Bárbaros informações do show ocorrido em Curitiba anteriormente. "Baseava-se em relatos de que o grupo teria feito o show sob efeito de drogas, principalmente Gil", relembra.

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Fonte: G1 SC

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