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Empresa investigada por trabalho precário em obra de SC diz que faz auditoria para verificar irregularidade

Por Rádio Princesa da Ilha FM 98.3 em 03/03/2023 às 11:37:11

Sindicato denunciou trabalho análogo à escravidão. Caso é investigado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) desde quinta--feira (2). A Construtora Azulmax, empresa responsável pela obra em Joinville, no Norte de Santa Catarina, onde trabalhadores foram flagrados almoçando em um canil e sendo transportados no baú de um caminhão, afirmou que iniciou uma auditoria para verificar irregularidades.

O caso foi denunciado como trabalho análogo à escravidão pelo sindicato responsável. O Ministério Público do Trabalho (MPT), que investiga a situação desde quinta-feira (2), disse que a caracterização da situação depende de aprofundamento.

Em nota, o órgão responsável pela apuração informou que as imagens revelam, em tese, "condições precárias e aviltantes decorrentes da falta de local próprio e adequado para alimentação, o uso de local insalubre para tanto e o transporte totalmente irregular”.

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Joinville (Sinsej) fez a denúncia ainda na terça-feira (2). Um dia depois, a presidente da entidade relatou ter sido ameaçada de morte.

Após contato com o telefone que aparece no cadastro do CNPJ da construtora, uma pessoa que se apresentou como responsável pela contabilidade encaminhou nota à reportagem nesta sexta-feira (3).

"Considerando as informações noticiadas na mídia, nossa empresa iniciou uma auditoria para verificar qualquer irregularidade de ordem legal, juntamente com a equipe do SEESMT e Segurança do Trabalho. Caso comprovada alguma irregularidade, essas serão imediatamente corrigidas", informou a empresa (leia a íntegra no fim do texto).

O g1 SC também tentou contato com o dono do empreendimento por telefone, mas não foi atendido e não teve retorno até a última atualização.

Funcionários foram flagrados almoçando embaixo de telhado improvisado

Sinsej/ Divulgação

Após a denúncia, a prefeitura paralisou o serviço de construção do Centro de Bem Estar Animal. O serviço ficará suspenso até que pedidos de explicação sobre o caso, feitos pela administração à empresa, sejam respondidos e analisados.

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Canil e transporte em baú de caminhão: Sindicato faz denúncia

Quando contratada pelo município, a razão social da construtora era 'Celso Kudla Empreiteiro'. A prefeitura informou, no entanto, que em setembro de 2021 foi solicitada a mudança para no nome 'Construtora Azulmax Ltda'.

Conforme o município, desde o início da obra, em 2021, 12 notificações contra a empresa foram formalizadas, pontuando as situações de atraso no cronograma e ausência de equipe em número suficiente na obra. Nenhuma das solicitações, contudo, foram relacionadas às condições de trabalho dos profissionais.

Denúncia

Conforme a denúncia do Sinsej, funcionários armazenavam água e outros produtos em uma geladeira colocada dentro de um canil com animais presos. Para almoçar, alguns trabalhadores procuravam latões e espaço no chão para sentar e almoçar. Já outros, se abrigavam embaixo de um telhado improvisado, ao lado de uma caçamba de lixo (foto abaixo).

Eles também foram vistos, conforme o sindicato, trabalhando sem equipamento de segurança no telhado de uma das estruturas.

Os denunciantes informaram à entidade que há um espaço usado como refeitório pelos servidores que trabalham no local, mas que não era oferecido aos trabalhadores da obra. Os trabalhadores são, em sua maioria, migrantes ou imigrantes.

Almoço dos funcionários acontecia em um canil

Sinsej/ Divulgação

Demissão de jornalista

Segundo o sindicato, a denúncia de condições precárias de trabalho foi divulgada inicialmente por um jornal local de Joinville, que demitiu o jornalista responsável pela reportagem após a repercussão. O veículo disse que o desligamento do profissional faz parte de uma reestruturação do jornal.

"A demissão claramente é fruto de pressão da prefeitura de Joinville, que como contratante, deveria fiscalizar os trabalhos de sua terceirizada na obra. É importante frisar que a matéria cumpre todos os preceitos básicos do jornalismo", manifestou o Sinsej.

O que disse a empresa

Prezados, nossa empresa possui mais de 10 anos de prestação de serviços, sempre honrando com seus trabalhadores, compromissos assumidos e contratos de trabalho. Os salários são pagos em dia, a empresa fornece regularmente as EPIs, locais de trabalho e vale-transporte, bem como horário semanal regular. Considerando as informações noticiadas na mídia, nossa empresa iniciou uma auditoria para verificar qualquer irregularidade de ordem legal, juntamente com a equipe do SEESMT e Segurança do Trabalho. Caso comprovada alguma irregularidade, essas serão imediatamente corrigidas.

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Fonte: G1 SC

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