Parado em bloqueio de SC há 32 horas, jornalista relata noite gelada e expectativa para liberação

De Cordes está preso no bloqueio desde 1h17 de segunda. Com tudo trancado, precisou dormir dentro do carro na última noite. Barreira na BR-101 em Tubarão, no Sul de SC, nesta manhã de terça-feira

Janniter de Cordes/Arquivo pessoal

No terceiro dia de bloqueios por conta das manifestações após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas urnas, pessoas paradas nas estradas vivem a expectativa de desbloqueio nesta terça-feira (1º). Segundo o jornalista Janniter De Cordes, que espera a liberação há 32 horas na BR-101 em Tubarão, no Sul de Santa Cataria, o frio deixa a situação ainda mais complicada.

De Cordes está preso no bloqueio desde 1h17 de segunda-feira (31). Para se alimentar e ir ao banheiro, ele consegue caminhar até um posto de combustíveis próximo. Com tudo trancado, no entanto, precisou dormir dentro do carro na última noite.

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Tubarão fica a cerca de 50 quilômetros de Criciúma. Conforme o jornalista, a viagem de carro de Florianópolis a Criciúma dura, geralmente, duas horas.

"Tive que dormir aqui no carro nessa noite. Já foi um pouquinho mais complicado porque estava frio. Aí estava chovendo, choveu a noite toda, muito frio", disse.

Os atos tiveram início na noite de domingo (30) após a derrota do presidente para Lula (PT) no segundo turno das eleições presidenciais. Na segunda, a Justiça Federal ordenou o desbloqueio da BR-101 no Estado. O Ministro Alexandre de Moares, do Supremo Tribunal Federal (STF), também determinou o desbloqueio.

"Parecia que tinha uma luz no fim do túnel, mas parece que começou a desaparecer. Não sei se isso vai agora de manhã [o desbloqueio], porque eu já estou vendo que está aumentando, mais gente está chegando para apoiar. Então, estou vendo que está ficando um pouquinho mais complicado", explicou o jornalista.

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Jornalista Janniter de Cordes dentro do carro durante bloqueio na BR-101 em Tubarão

Janniter de Cordes/Arquivo pessoal

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Janniter de Cordes/Arquivo pessoal

Ele diz que pensa em uma estratégia, caso a situação não melhore. "Vou esperar até 18h [desta segunda]. Se não der oportunidade para passar, vou tentar ir para Orleans [Sul catarinense], vou tentar descobrir se dá para passar. Vou andar por uma hora e meia a mais para chegar".

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Em nota, a A Polícia Rodoviária Federal afirmou ter tomado, desde domingo, todas as providências para o retorno da normalidade do fluxo. No fim da manhã desta segunda, a corporação informou que vai à Justiça para liberar as vias e que iniciou negociação com os manifestantes. A PRF informou que já acionou a Advocacia-Geral da União (AGU), que representa órgãos do governo em ações judiciais, para apresentar os pedidos à Justiça Federal.

A AGU disse em nota na tarde desta segunda que "Após o pedido da PRF, a AGU ajuizará as medidas cabíveis por meio de suas unidades regionais".

Também esclareceu que "É importante destacar que existem pareceres jurídicos da instituição que autorizam atuação de ofício das Polícias, sem demandar autorização judicial, como ocorreu em 2018, por ocasião da greve dos caminhoneiros. A atuação judicial da AGU ocorre apenas quando, no caso concreto, as instituições de polícia entendem que precisam de medida judicial para garantir a liberação de rodovias".

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Janniter de Cordes/Arquivo pessoal

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