Assim como aconteceu com Gusttavo Lima, que também é investigado na operação, o empresário teve sua ordem de prisão revogada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco. Boris Padilha é investigado na Operação Integration
Redes sociais/ Reprodução
Investigado pela Operação Integration, que apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro proveniente de jogos ilegais, o empresário do mercado de luxo Boris Maciel Padilha possui empresas em Balneário Camboriú e Blumenau, em Santa Catarina.
Assim como aconteceu com Gusttavo Lima, que também é alvo da investigação, o empresário teve sua ordem de prisão revogada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) na última terça-feira (24). Ele também aparece na lista de 22 indiciados pela Polícia Civil.
A defesa informou que o empresário atua no mercado há mais de 30 anos, e que "agiu de maneira absolutamente séria e honesta ao longo de sua vida pessoal e profissional" (íntegra da nota abaixo).
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Padilha consta conta como sócio de empresas voltadas para o público de alto padrão, que envolvem de locação de veículos a manutenção de embarcações.
Pelo menos sete delas estão em Santa Catarina, sendo uma em Balneário Camboriú e seis em Blumenau, no Vale do Itajaí. Ele também já foi sócio de uma operadora de táxi aéreo em Florianópolis.
Em uma rede social, onde é seguido por quase 50 mil pessoas, ele se define como "especialista no mercado de luxo" e publica fotos e vídeos de iates a carros de luxo e aeronaves. Também aparece em shows de Gusttavo Lima.
Integration: veja conexões entre suspeitos de lavar dinheiro de jogos ilegais
Segundo o TJPE, o empresário possui vários itens de luxo em seu nome, incluindo três Ferraris, dois Rolls-Royces e dois veículos Bentley, cujos valores ultrapassam R$ 40 milhões.
Em nota assinada pelo advogado Rafael Maluf, a defesa do empresário manifestou que a revogação da prisão "restabeleceu um sentimento de justiça" (leia texto completo no final da reportagem).
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Empresas suspeitas de ocultar valores
No mandado de prisão expedido contra Gusttavo Lima, e revogado na última terça-feira, afirma que as empresas Balada Eventos e Produções Ltda. e GSA Empreendimentos e Participações Ltda, de propriedade de Gusttavo Lima, são suspeitas de ocultar valores recebidos de casas de apostas online.
Conforme as investigações, os empreendimentos receberam, desde 2023, cerca de R$ 49,4 milhões da Esportes da Sorte e da Vai de Bet, que são investigadas na operação.
Entre as operações suspeitas realizadas pela empresa do sertanejo, segundo a Justiça, está a ocultação de R$ 4,9 milhões da empresa HSF Entretenimento Promoção de Eventos, que pertence ao empresário Bóris Maciel Padilha.
Quem é o empresário
Empresário de Gusttavo Lima, é suspeito de ocultar valores de jogos ilegais por meio de dois empréstimos no valor total de R$ 10 milhões tomados da Esportes da Sorte e de Darwin Henrique da Silva Filho, em outubro e novembro de 2023.
A investigação apontou que Bóris Padilha é proprietário de veículos de luxo avaliados em mais de R$ 40 milhões, incluindo três Ferrari, dois Rolls Royce, duas Bentley – o que demonstra que possui "alto poder econômico, não necessitando de empréstimo".
A investigação também apontou suspeita da prática dos mesmos crimes pela Balada Eventos e Produções Ltda.
De acordo com o inquérito, a empresa é suspeita de dissimular a negociação da venda aeronave Cessna Aircraft modelo 560 XLS, que pertencia a Gusttavo Lima, para a Esportes da Sorte e, depois, para os donos da Vai de Bet.
Conforme as investigações, a tentativa de mascarar a transação se deu, primeiro, por meio de duas transferências para a Esportes da Sorte: a primeira, no valor de R$ 4,8 milhões em abril de 2023, e a segunda, de R$ 4,9 milhões, no mês seguinte.
Após a Esportes da Sorte devolver o valor alegando que havia um problema na turbina, a mesma aeronave foi negociada com a empresa JMJ Participações Ltda, de José André da Rocha, sócio da Vai de Bet, que transferiu para a empresa de Gusttavo Lima R$ 22,2 milhões por meio de depósitos em sequência, realizados entre fevereiro e julho de 2024.
Medidas
Em 23 de setembro, a juíza Andréa Calado da Cruz decretou a prisão preventiva do cantor Gusttavo Lima e do empresário Bóris Maciel Padilha.
Na mesma data, o desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, relator do caso, concedeu habeas corpus a Deolane Bezerra, à mãe dela e a outros 16 investigados.
No dia seguinte, o desembargador revogou a ordem de prisão preventiva.
A Operação Integration em uma nova fase, na última semana, depois que o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) devolveu o inquérito concluído pela Polícia Civil, solicitando novas diligências e a substituição das prisões preventivas por outras medidas.
O que diz a defesa de Padilha
Boris Padilha é um empresário que atua no mercado de bens de luxo há mais de 30 anos, e sempre agiu de maneira absolutamente séria e honesta ao longo de sua vida pessoal e profissional, sem qualquer mácula que o desabone.
A revogação de sua prisão cautelar pelo Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco restabeleceu um sentimento de justiça, bem como o estrito cumprimento das normas processuais penais.
É lamentável que uma decisão que decrete a prisão preventiva não respeite critérios mínimos estabelecidos em lei, como também seja contrária ao posicionamento do próprio Ministério Público.
Uma medida ilegal e irresponsável de privação de liberdade cautelar pode gerar danos irreparáveis a vida de um empresario, cujo maior patrimônio e a confiança e credibilidade no mercado. De igual forma, à sua Vida familiar, que pode ser abalada de forma irrecuperável.
Boris está, como sempre esteve, à disposição da justiça e comprovará a retidão de sua conduta ao longo da persecução penal.
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