Prisão acontece há pouco menos de três meses do fim do segundo mandato de Salvaro, que não pode concorrer à reeleição. Clésio Salvaro, prefeito de Criciúma, é preso em operação
Clésio Salvaro (PSD), de 61 anos, atual prefeito de Criciúma, foi preso preventivamente na manhã desta terça-feira (3) em uma operação que apura crimes envolvendo a concessão de serviço funerário na maior cidade do Sul de Santa Catarina. Ele nega os crimes (veja a manifestação mais abaixo).
A prisão acontece há pouco menos de três meses do fim do segundo mandato de Salvaro, que não pode concorrer à reeleição. Ele foi eleito em 2016 e reeleito em 2020. Antes, já havia sido prefeito da cidade entre 2009 e 2012.
?Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp
Operação
Além de Salvaro, outras nove pessoas também foram detidas na ação, que ocorre em sigilo. Não há informação sobre quais crimes foram cometidos pelos alvos.
Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), a ação é desdobramento da Operação Caronte, deflagrada em agosto deste ano. Conforme o órgão, os envolvidos foram denunciados por organização criminosa, fraudes licitatórias e contratuais, corrupções, crimes contra a ordem econômica e economia popular.
Prefeito de Criciúma é preso em ação que investiga crimes de serviço funerário
Quem é o prefeito
Técnico em cerâmica de formação, sócio-proprietario de rádios e agricultor, a trajetória na política de Clésio iniciou no fim da década de 1980 quando foi eleito vereador de Siderópolis, cidade vizinha a Criciúma. Lá permaneceu por dois mandatos, inclusive sendo presidente do Legislativo entre 1993 e 1994.
Em 1994 e 1998 tentou vaga na Assembleia Legislativa, não sendo eleito. A vaga na Casa de Leis estadual veio na eleição seguinte, em 2002, para a Legislatura 2003-2007.
Foi reeleito para mais quatro anos, mas deixou o mandato em 2008 para concorrer à prefeitura de Criciúma, quando conseguiu se eleger na cidade.
Governou pela primeira vez de 2009 a 2012. Concorreu à reeleição e recebeu 76,48% dos votos, porém a candidatura foi indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base na Lei da Ficha Limpa. Em 6 de novembro de 2012, o Tribunal decidiu pela cassação da candidatura do político.
A irregularidade pela qual Salvaro foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa ocorreu em uma cerimônia de casamento coletivo em 2008, que teve colaboração do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Ele foi considerado pela Justiça Eleitoral catarinense inelegível por três anos por abuso de poder político.
Tentou a corrida novamente, sendo o mais votado para a prefeitura em 2016 e 2020.
O que disse o prefeito após prisão
Em um vídeo divulgado pela equipe do político logo após a confirmação da prisão, Salvaro afirmou que um dos grandes projetos dele era regularizar a central funerária da cidade. Além de negar participação em crimes, também citou questões políticas:
"Eu tenho certeza da minha inocência. Jamais, em momento algum e o processo vai ficar livre. Não há dolo, não há intenção, não há vantagens, não há absolutamente nada, nada, nada que possa me incriminar", disse o político em um trecho do vídeo.
O que disse o partido do prefeito
O PSD de Santa Catarina e o PSD de Criciúma acompanham com atenção a prisão de um dos seus grandes líderes, Prefeito Clésio Salvaro, com uma administração muito bem avaliada pela população. O ato ocorre faltando poucos dias para a eleição municipal. Não queremos crer em qualquer interferência política nesta decisão, o Partido aguarda e confia na justiça em todas suas instâncias.
VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias